Falando sobre montanhas e diabetes, não poderia deixar de falar sobre a expedição que está acontecendo no Kilimanjaro, com onze montanhistas diabéticos Tipo 1, entre eles, dois brasileiros, o Alexei Caio e o Marcelo Bellon. Não os conheço, embora sei que temos amigos em comum e que são idealizadores do grupo Diabetes & Desportes e ultramaratonistas (!!!), os caras são feras. Essa expedição é idealizada pelo Programa Star Bem, do laboratório Sanofi e pode ser acompanhada pelo Facebook.
Subir o Kilimanjaro, tecnicamente não é difícil, mas há a altitude, o frio e o grande percurso, que o caminhante tem que estar em forma e ter disposição para encarar e chegar ao cume. Toda a logística necessária para essas expedições deve ser planejada: equipamentos para neve e longas caminhadas, calçados e roupas adequadas, comida, água, etc, lembrando que tudo o que for levado, tem que ser em mochilas nas costas. Mas quem tem Diabetes tipo 1 tem que pensar em algumas logísticas especiais, como: tanta altitude e frio podem alterar o funcionamento do glucosímetro? Como medir a glicemia com todas as luvas e o frio? Como acondicionar a insulina? Como fazer o rodízio de lugares para a aplicação da insulina? E bolhas, como tratá-las de maneira adequada para não ter problemas com a cicatrização nos pés? e por aí vai…
Eu particularmente, estou muito interessada nessas questões, pois gostaria de subir o Kilimanjaro, Aconcagua, Cerro Tronador e outras montanhas com neve ou com elevadas altitudes. Novata na diabetes, quero saber como eles estão fazendo, embora para subir tais montanhas tenho que treinar o aeróbico um bocado mais.
Para algumas questões, tenho mais ou menos a resposta. Para a insulina, acho que eles devem estar usando uma bomba de insulina (que é algo que eu não tenho o espírito evoluído para usar), mas para medir a glicemia, continua sendo um grande mistério, pois a altitude e o frio alteram o funcionamento do aparelho, e o frio, muitas vezes “literalmente” cortante, pode acabar com as extremidades dos dedos.
Espero que se mostre nos relatos como está sendo este dia-a-diabetes. Para quem gosta de saber sobre história natural, ecossistemas e animais, sugiro a leitura do relato de viagem ao Kilimanjaro, com muitas fotos bonitas, publicado recentemente no O Eco, pelo biólogo Fabio Olmos.
Enquanto diabética, já tive que lidar com muito frio quando fomos à Pedra do Sino, onde pegamos – 4°C para ver o nascer do sol as 4h30 da manhã do cume e nas Agulhas Negras, não sei quanto estava de temperatura, mas estava um frio de doer os ossos, como se pode ver nas fotos do relato que fiz, e colocar a barriguinha pra fora para aplicar a insulina, está longe de ser uma das experiências mais agradáveis…. Mas enfim, as soluções que tenho encontrado fica para um próximo relato.
Beijos e até o próximo pico!